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20221011

MICROSOFT RECONHECE QUE ESTAVA ERRADA SOBRE CÓDIGO ABERTO

O ex-CEO da Microsoft, Steve Ballmer, chegou a dizer em 2001 que o Linux era “um câncer que adere a tudo que toca, no que diz respeito à propriedade intelectual”. Não é das citações mais belas, ainda mais quando levamos em consideração que a empresa mudou seus rumos de lá para cá. Na semana passada, inclusive, o presidente da Microsoft, Brad Smith, disse que eles estavam errados sobre o código aberto.

Em um evento online do MIT, Smith disse que “a Microsoft esteve no lado errado da história quando o código aberto explodiu no começo do século e, pessoalmente, posso afirmar isso sobre mim”. Ele era um dos principais advogados da companhia na época em que havia batalhas legais contra softwares open source.

Em um outro momento, Smith disse que “é possível pode aprender que é preciso mudar”. A Microsoft é, atualmente, uma das companhias que mais colaboram com projetos de código aberto – a companhia passou a dar suporte ao kernel Linux pelo Windows 10 e até disponibilizou como projeto open-source o PowerShell, Visual Studio Code e o motor JavaScript do navegador Edge.

Além disso, o GitHub, um dos maiores repositório de códigos, foi comprado pela Microsoft em 2018.

Nada disso quer dizer que a companhia está dando passos para abandonar o software proprietário. A maioria das colaborações estão relacionados a produtos que, numa primeira olhada, não geram muita renda para a Microsoft.

O mais importante, no entanto, é que as colaborações podem significar vantagens na competição onde realmente a companhia pode gerar receita: aplicações na nuvem.

Em termos diretos, abraçar o código aberto significa facilitar o acesso de desenvolvedores à plataforma Azure – além de o desenvolvimento open-source costuma ser mais rápido e produtivo, a preparação de ambientes de desenvolvimento Windows costuma ser preterido pelos desenvolvedores. Mark Russinovich, CTO da Microsoft Azure, chegou a dizer que “se não suportamos o Linux, teremos somente o Windows e isso não é prático”, como lembra o ZDNet.

Como diria Steve Ballmer: developers, developers, developers.

@gizmodo.uol.com.br
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